E mais uma vez venho a essa 'folha em branco', tentando compor palavras que possam saltar de mim e esvaziar, acalmar todo esse anseio dentro de mim. Dessa vez vou deixar soar sem tanta métrica sem tanta regra, sem um rascunho que sempre exigi ressaltar, mas sempre era mais fácil não lutar com a perfeição que me impusera e fugir. E hoje eu só quero nadar em palavras jogadas e meio sem nexo, enfrentar as marés que não me deixam parafrasear e no final me sentir em terra firme por dentro.
Digitando e apagando, tentando encaixar letras que sopram e se golpeiam em mim, frustrando a ordem das frases, criando um redemoinho de sentidos sem adjetivos predefinidos, deixando soar sempre dizendo 'o show tem que continuar'. Mas nem sempre a partitura la está, um instrumento tentando harmonizar com o andamento da voz que canta sem parar, sem um tom definido, lutando para uma melodia bonita criar, sem muito pensar, usando os sentidos para andar mesmo na lama o equilíbrio sempre alcançar.
Lutando contra minha escuridão, mesmo que com palavras jorradas e gritadas, como um grito desconexo que na primeira vista parece um surto, só que quem não tem prisões próprias? Quem não sente ansiedade por palavras não encontradas?!Quem não precisa botar pra fora para achar uma leveza?! Quem não precisa conversar consigo mesmo?!
Escrever para si, se letrar.. se desprender de julgamentos alheios ganhando de seus próprios julgamentos, atrás de respostas próprias, experiências absorvidas que trazem uma reflexão para dilatar a mente, criando sempre uma nova perspectiva para se chegar ao fim, para abranger conceitos celestiais na ordem dessa jornada, ler visões em contextos de sublinhadas, encantar o leitor.. leva-lo de espectador a autor por linhas que reconheça ser linhas não só minhas, palavras que sozinhas falam por si e causam um efeito no que está por vir. Simplesmente, no jeito do soprar das letras que decifrou da alma e da mente.
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